domingo, 27 de setembro de 2009

[Filme] Otesánek (Little Otik)






Era uma vez um casal, e por algum motivo eles não conseguiam ter filhos. Assim eles viviam, de forma solitária e complicada mas viviam, na esperança de que algo pudesse melhorar.
Um dia o homem, trabalhando em sua colheita, encontrou um tronco que atrapalhava a plantação. Ao retira-lo notou logo de imediato que ele se assemelhava a um bebê! Surpreso com o acaso, cortou alguma de suas raizes extras e mostrou a mulher o que havia achado em sua jornada de trabalho. Dessa forma o casal prosseguiu criando esse tronco de árvore como se fosse o seu próprio filho, pela impossibilidade de terem um.
Dias passavam e passavam e Otesánek (O bebê) precisava de mais e mais comida, chegando a devorar coisas que um bercário com cerca de15 bebês passariam o dia inteiro. Um dia, sem comida em casa, a mãe pediu a vizinha um pão e o deixou em cima da mesa. Otesánek ao ver o pão, comeu-o e a mesa junto. Quando a mãe voltou, reparou o estrago que Otesánek havia feito na casa, devorando quase toda a mobília e o tamanho que ele havia atingido. Otesánek come a mãe e o pai quando ele volta do trabalho. Mas não, não, não... sua fome não se saceia apenas com isso.
Em uma jornada pelos arredores ele encontra um rapaz com seu cavalo e os come, um homem e suas ovelhas e os engole dentre outros conforme ele ia cruzando até se deparar com uma plantação de couves. Sentou-se lá e comeu couve por couve até que a dona chegou e começou a reclamar, sem nem se assustar com a aparência de Otesánek que retrucou indo em cima da velha para devora-la mas seus planos não deram muito certo. Com uma enxada que ela tinha am mãos ela abriu a barriga de Otesánek e os deixou sangrando até morrer.


Pode até parecer estranho, mas isso é um conto de fadas da Checo que foi adaptado para o cinema nas mãos (convenhamos, foderosas) de Jan Svankmajer com a colaboração de sua esposa, Eva para fazer o pequeno Otik. Algumas pessoas já devem ter ouvido falar dele pela sua refilmagem de 'Alice' (Lewis Carrol) e até mesmo de 'Fausto' (Goethe), refilmagens bem peculiares pelo uso constante de stop-motion (o que eu simplesmente ADORO),pela atmosfera sombria que ele usa e principalmente pela paranóia que ele insiste em suar inclusive em seus curtas em suas personagens, como fantoches, ratos de laboratórios frente-a-frente com o medo pela primeira vez.
Como ponto de partida essa pequena fábula, ele cria uma atmosfera mais atual com um cortiço e os vizinhos xeretas, um velho pedófilo e um pai que apenas fez uma surpresa para a mulher que, indiferente do que o filho matasse para se alimentar num futuro próximo do filme, não conseguia ve-lo como um monstro pelo seu amor de mãe.
Todos esses nuances de humanismo, os efeitos captados no Pequeno Otik (seria esse o nome se o filme fosse lançado no Brasil), a histórias, as animações e as atuações que são até que notáveis (levante a mão quem já viu algum filme Checo) para um filme de um país não muito conhecido, mas que deveria.
Se resta alguma dúvida sobre o diretor, roteirista, produtor e tudos-o-mais supremo que Jan Svankmajer é, ASSISTA OTÉSANEK ou qualquer outra coisa dele. Mesmo que ache algumas coisas sem pé nem cabeça, é inegável que ele é extremamente talentoso no que faz. Ver algo dele de cara é muito estranho, mas basta ter a mente aberta para entender e começar a adorar-lo e até se afeiçoar um pouco com o Pequeno Otik e sua fome inacabável.
Se quiserem uma confirmação, assistam o trailer do filme e deem seu veredicto.


Comentário:
Pena que talvez ele não faça mais tantos filmes... já tá com 74 anos mas por mim vive para sempre fazendo filmes fodaços. E se você tiver algum problema com choro de bebês, NEM PENSE EM ASSISTIR ESSE FILME

Nota - 9
Não sei o porque, mas sinto que faltou algo nele para me fazer realmente ficar boquiaberto por tanto tempo como alguns filmes já me conseguiram fazer. Claro que isso não tira o mérito do filme, pois como minha puxação de saco acima já disse, ele é MUITO BOM.

[Música] Eatliz - Violently Delicate






Quando pensamos em música isralense já pensamos em grupos formados de pessoas com turbantes ou mulheres com barcas tocando músicas escêntricas em sua lingua estranha no meio do deserto. Quem nunca pensou isso ou nada semelhante que atire a primeira pedra.
Meu interesse nomeado 'psychomaniac' me faz ir atrás de músicas, livros e filmes de todos os lugares do mundo. Pesquisando assim em diversos sites descobri uma banda de Israel que é a que irei falar neste exato momento.
Eatliz (Açougue, em árabe) é uma banda formada em Tel Aviv (Israel), até que bastante popular em seu país de origem e com um certo reconhecimento pela europa (Alemanha, para ser mais exato). Seu som é praticamente inexplicável, pois cada música denota uma melodia diferente, bem experimental prosseguindo e mudando a cada faixa do album, porém a banda em si entitula sua música como ‘complicated pop’
Todas as músicas são escritas pelo guitarrista e fundador da banda Guy Ben Shitrit e os ritmos por todos os integrantes em um conjunto. Mesmo que as letras não façam sentido em alguns instantes, não perdem o mérito de serem muito boas.
No momento em questão foi extremamente complicado conseguir esse album e nenhum de vocês faz a menor idéia da estrada que percorri pela internet inteira para consegui-lo. Mas, como é óbvio, o consegui. (Hoje em dia eles disponibilizam ele no site oficial)
O álbum abre com 'Bolshevicks', um ritmo deveras pesado e absurdamente bem trabalhado, com umas viradas de bateria impressionantes e uma linha de baixo... perfeitas, sem nada mais a declarar. Passa então para a faixa título 'Violently Delicate' que para mim é uma música perfeita para se ouvir dirigindo pela auto estrada, as guitarras e a voz da vocalista Lee Triffon começam a mostrar para o que vieram em sua perfeita harmonia e tom. A terceira música do album é 'Attractive' e aí o álbum muda COMPLETAMENTE. Sem gritinhos, sem guitarras distorcidas e viradas de bateria alucinadas, mas uma base de violão simples com um acompanhar de guitarra dedilhada e a voz surpreendetemente suave. Para acordar um pouco, é engatilhado 'Hey' com todos os intrumentos preparados para o refrão. Não tem como definir essa música, é ouvi-la e pronto, afinal ela não tem um estilo bem definido. 'Sunshine' surge em seguida com uma calmaria de guitarras e um baixo acompanhando. Assim como 'Attractive', a voz de Lee Triffon segue bem suave até o refrão e as partes finais onde alcança um tom bem mais barulhento e inexplícavel, detalhe para a letra extremamente inteligente e os solos de Guy Ben Schetrit, aqui temos a primeira noção da potência de cada um como músico. 'Say Where' vem em seguida e muda completamente as bolas da história, com um trombetezinho e o dedilhar da guitarra que lembra vagamente as músicas populares israelenses que todos estamos acostumados, com a letra seguindo na mesma linha que a percussão, não se sabe no que pode dar a música.
'Big Fish' tem uma linha que poderiamos mundanamente tentar discenir ela como um 'blues esquisofrênico', a guitarra fica masi ritmada assim como o baixo, a Lee Triffon parece ser incorporada pelas negonas dos anos 50 e não hesita em seus gritos acompanhados pelo Backing Vocal de Guy Ben Schetrit. Extremamente ritmada e empolgande, minha música predileta do albúm. 'I Don't Care' assume um tom meio melancólico mas, assim como o nome da música, particularmente indiferente. Não é possível desviar a atenção dela, parece que tem algum tipo de magnetismo que impulsiona os nossos timpanos. Ainda mais por que todos instrumento mostra sua participação absolutamente distinta na música, uma pequena contribuição de cada para formar o todo. 'Mix Me' é da mesma linha que a anterior mas ainda assim tem alguma coisa nela que difere de todas as outras, não só pelo fato dessa faixa ser uma gravação ao vivo, mas também pois ela soa como algo mais pessoal, ao menos é o que me parece. Música bem calminha e agradável de se ouvir andando na rua em um dia nublado. 'Be Invisible' fica num tom bem melancólico e simples que se prolonga pelo final do album, com uma letra muito boa e um seguimento interessante, permanece minha dúvida se esta versão é melhor ou a versão acústica disponibilizada pelo site. 'Whore' é a penúltima e é a que menos gosto do CD. Não por ela ser ruim nem nada do gênero e pode até ser idiotice minha dizer isso, mas acho ela meio sem graça. Apesar do intrumental inteiro ser muito bom, sinto que falta alguma coisa nela. Depois dela começa 'Mountain Top', última faixa do CD. Como de se esperar, bem calma e diversificada, absolutamente bem trabalhada e deixa a todos nós com aquela impressão de 'mas já acabou?'
Sim, o albúm acaba quase que abruptamente. Não é por completo pois não tem aquela efeito de parecer que tiraram a agulha do vinil, mas a sensação que o album deixa no final é de que há mais por vir, mas deveri vir no exato momento.
Após anos e anos de espera, Eatliz irá finalmente lançar material novo. Um EP de B-Sides entitulado 'Delicatly Violent' dia 25 de novembro e um album de músicas inéditas no começo de 2010. Espero que dê tudo certo pois uma banda tão foda desse jeito não pode simplesmente acabar.

Por fim, falei e falei e falei e não falei nada. Mas para Eatliz não se há muito a dizer, apenas baixe e ouça. Recompensa a todos, principalmente os detalhistas que gostam de prestas atenção a cada intrumento e que não gostem de bandas que se atenham a um único estilo ou ritmo.

Eatliz - Violently Delicate

01. Bolsheviks
02. Violently Delicate
03. Attractive
04. Hey
05. Sunshine
06. Say Where
07. Big Fish
08. I Don't Care
09. Mix Me
10. Be Invisible
11. Whore
12. Mountain Top

Guy Ben Shitrit - guitars
Lee Triffon - vocals
Or Bahir - guitars
Omry Hanegby - drums
Amit Erez - guitars
Hadar Green - bass

Nota - 8
Por que? Bom, o album termina de maneira quase que inesperada, tem poucas faixas e pelo que mostraram das novas músicas ('Food Fighters' e 'Must Get Laid') tem muita coisa por vir e minha ansiedade diz que superará a nota desse fabuloso album de estréia do Eatliz.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

[Livro] Contos Fantásticos - Ryunosuke Akutagawa






COMO ASSIM NUNCA OUVIRAM FALAR DE RYUNOSUKE AKUTAGAWA????
Bom, eu apenas dou um desconto pois sei que a literatura japonesa não é tão popular assim aqui no Brasil (e tenho lá minhas dúvidas se algum dia será).
Ryunosuke Akutagawa (1892 ~ 1927) foi um dos escritos mais importantes da literatura japonesa, junto Natsume Soseki, Junichino Tanizaki, Yasunari Kawabata dentre outros. Tinha o próprio Natsume Soseki como sensei e uma das maiores inspirações para escrever, mas como suprasumo de influências, ele sempre citou escritores russos como Dostoievski, Gogol, Tchekov.
Naquela época, a escrita não era bem aproveitada e nem reconhecida como é hoje. Tanto que ele nunca chegou a ganhar reconhecimento quando era vivo, apenas ficou conhecido apósmorrer por overdose de certos comprimidos suspeitos em 1927. Tanto que o prêmio literário mais concorrido do japão é o Akutagawa Prize, dado 2 vezes ao ano e mostra hoje em dia os escritores mais promissores do japão.
Ganhou o nome de Ryunosuke por ter nascido no dia e no ano do dragão (Ryu). Cresceu em uma casa que chegou a citar em alguns de sesus contos como 'maldita' com uma mãe louca cuja qual teve um bom início para ter sbre o que escrever. Começou um relacionamento com uma garota já sua amiga de infância que não prosseguiu por as famílias não concordaram com a união, fazendo-o casar com uma outra mulher e tem alguns filhos. Nenhum deles escritor, um deles foi ator e o outro maestro.
Cito este livro pois foi o primeiro que li dele (de dois que consegui achar). Ele nunca chegou a escrever uma novela em si, apenas contos que são citados em todos os lugares e alguns deles inclusive usado em escolar primárias no japão. Não só os contos são formidáveis, como também a tradução do Diogo Kaupatez foi impecável. Ele não só traduziu como também fez algumas pequenas adaptações, tornando assim a leitura mais irresistível.
Quando o comecei a ler não consegui mais parar. É um livro bem curto com um total de 95 páginas citando alguns dos contos mais importantes dele: Rashomon, O Nariz, Sopa de Cará, O fio da aranha e Dentro da mata.
Rashomon tem um clima extremamente melancólico e conta a história de um rapaz tentando sobreviver sem dinheiro e nem perspectivas, enquanto pensa sobre o que fazer, decide roubar cadáveres do monte Rashomon para ter, no mínimo, algo para se alimentar. O nariz é extremamente inspirado pelo 'O Nariz' do Gogol, mas se em um o nariz simplesmente deraparece e fica perambulando pela rússia, nesse o nariz começa a crescer e crescer cada vez mais, ficando similar a uma linguiça, fazendo o seu dono se desesperar e tomar uma medida drástica. Sopa de cará mostra um rapaz ingênuo que, como maior desejo, era se empanturrar tomando sopa de cará, mesmo que para isso tenha que percorrer um enorme trajeto, cruzando com figuras fantasiosas e enfrentando diversos desafios para tornar real seu sonho. O fio da aranha é usado até hoje em dia em estudos em universidades e como texto obrigatório em escolar primárias do japão, conta a história de duas pessoas: Uma em cima de um vulcão, no paraíso; e outra dentro do vulcão, no inferno; tentando sair de uma forma ou de outra, entregando sua possibilidade a um único fio de aranha jogado pela pessoa do paraíso. Dentro da Mata teve uma adaptação cinematográfica dirigida pelo Akira Kurosawa (Rashomon) e relata um único crime, mas com vários resultados e desenrolares: Seja do criminoso, de uma mulher e inclusive de um espírito.
Nem que eu tente escrever por milhares e milhares de anos nunca conseguiria fazer uma resenha decente de Ryonosuke Akutagawa, seus contos são (Como diz o título) FANTÁSTICOS. É a indicação perfeita para quem quer ler algo da literatura japonesa, contos simples e cativantes em uma narrativa objetiva e deliciosa. Um de meus livros prediletos.
Por fim, LEIAM. Vale MUITO a pena.

Nota: 10.
Sem mais.


Ler ouvindo:
Kagrra - Gozen
Legião Urbana - A tempestade do Século
Azakawa Maki - Cat Nap

[Filme] Seul Contre Tous (Sozinho Contra Todos)


Todos (ou pelo menos quase todos) já devem ter ouvido falar de um diretor bem controverso chamado Gaspar Noé. Conhecem dele, mesmo que de nome, o filme Irreversiblé (Irreversível) pela sua agressividade, linguajar extremamente violento, a temática igualmente brutal, a filmagem inversa e as vezes incompreensível, a pornografia explicita e, mais que tudo, a cena de estupro mais longa do cinema.
Antes de ter feito Irreversível, Gaspar Noé apenas tinha feito alguns punhados de curta metragens, tal como Titarella de Luna, Intoxication dentre outros. Nesses curtas ele criou um nomeado CARNE. Onde é mostrada a vida de um açougueiro e sua filha, como ela cresceu e como suas vidas foram absolutamente viradas do averso por um pequeno mal entendido e uma ação impensada. Após as filmagens de Carne (que inclusive ganhou um prêmio de Melhor Curta-Metragem) foi criado Seul Contre Tous (Sozinho Contra Todos) que a continuação dessa história.
Fazendo um bom resumo do resumo. O açougueiro, mais especializado em carne de cavalos, conta a trajetória de sua vida, onde nasceu, como cresceu, sua paternidade e como aprendeu seu ofício. Logo ao conhecer uma mulher e transar com ela em um motel qualquer, descobre pouco tempo depois que ela estava grávida, assim nascendo Cynthia. Quando Cynthia ainda era um bebê a mulher simples deixou um pequeno bilhete rasgado e desapareceu por completo da vida do açougueiro, que fez das tripas coração para criar a pequena Cynthia. Com um pouco de esforço e dedicação o conseguiu, mas ainda assim, não conseguia notar o quanto a menina cresceu e como seu corpo se desenvolvera, abrindo assim seus olhos para a beleza que Cynthia esbanjava. Se surpreendia a ela, por que não seduziria a outra pessoa?
Um dia, Cynthia andava pela rua quando teve a sua primeira mestruação. Atordoada pelo ocorrido, percorreu cambaleante as ruas para o açougue de seu pai. No meio do caminho foi parada por um trabalhador de uma obra local que começou a conversar com ela, um amigo de seu pai ao ver a cena, pegou a menina pelos braços e levou ao pai que, logo de cara, notou umas gotículas de sangue no vestido da menina.
Irado e sedento por vingança pela 'injustiça cometida', foi a tal construção em direção ao primeiro homem que viu e o esfaqueou,deixando-o assim desfigurado.
Pouco tempo depois foi preso e separado da filha. Para conseguir liberdade, teve de vender o açougue e começar uma nova vida longe da filha. E o conseguiu. Teve uma relação com uma gorda escrota que logo em sua primeira transa engravidou. Fazendo-os assim fugir de Paris e de tudo que tinham lá.
A trama se desenrola (ainda mais) a partir disso, um homem velho querendo ter a sua vida de volta, tentando ser alguém em uma cidade que apenas tem como intuito cuspir nas pessoas que não lhes tem nada a oferecer. O ponto de vista dos desgraçados sem esperança e sem rumo.
O filme se sobressai principalmente pelo monólogo constante do açougueiro que despeja toda a sua fúria com relação as pessoas ao redor, com seus atos hipócritas e olhares julgadores.
Não chega a ser violento, propriamente dito, como Irreversível. Mas extremamente agressivo nas palavras, o que me fez adorar o filme.
Como acho que já falei demais:

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Um filme foda de se ver... sozinho, possivelmente meio embriagado e com muita raiva ou desilusão dentro de si. Pois, de certa forma, o filme é um espelho de tudo que as pessoas sentem no mais profundo recanto de sua existência. Toda a filmagem dele foi absurdamente bem feita, os atores são maravilhosos e, como esperar de Gaspar Noé, tem alguns trechos ininteligíveis onde passam frases desconexas mas de igual impacto com o resto do filme.
Se for assisti-lo, assista antes Carne e seja feliz liberando um pouco de sua raiva com relação a sociedade junto com o açougueiro.

Nota: 9
9 de 10 pois o filme é curto, só 87 minutos.


obs: se quiserem baixar o filme DIVIRTAM-SE.

Intro

Olá,olá,olá.
Antes de começar com toda a enchurrada de posts que eu, provavelmente, farei irei apresentar-me.
Podem chamar-me de MISS ou quaqluer outra coisa do gênero, estarei contribuindo com este blog postando, igualmente, resenhas. Seja de livros, filmes, albúns, séries ou qualquer coisa que valha a pena ser adorada ou até mesmo criticada.
Espero que gostem dos posts (apesar de saber bem que uns poucos gatos miados lerão o que está escrito aqui)
O que vale a é a intenção, correto?
... Não sei.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Go

(É, pessoal, me empolguei...hehe)
O porquê de eu ter lido esse livro é uma história que por si só, merece ser contada.
Eu lá, largada e abandonada, longe de todo mundo e meu ex-noivo vira pra mim e diz: "ah, achei esse livro aleatório na Livraria Cultura, e comprei, olha só o que está escrito na contracapa, não parece ser bom???" e eu, após ler a supracitada contracapa só respondo: "eu quero ler, eu quero ler eu quero leeeeeeeeeeeer!!!!! me empresta, me empresta, me empreeeeeeestaaaaaa!!!" Sério, foi amor à primeira vista, eu e o Go.
Depois de muito encher o sac... digo, argumentar, ele finalmente me emprestou o livro. E, sinceramente, fazia tempo que eu não lia algo que me deixasse tão bem. Mais exatamente, 6 anos, desde que eu li "Alta Fidelidade" (o quê? você não leu "Alta Fidelidade"??? assistiu ao filme, pelo menos??? não????? então sai da frente do computador e vai ler algo decente, em vez deste blogzinho de meia tigela!!!). Tá, ok, posso estar forçando um pouquinho, já li muita coisa boa desde os 15 anos, inclusive um outro livro do Nick Hornby (Slam, sobre um adolescente skatista, muito bom, muito bom!!!), mas ainda assim, isso não tira o mérito de como ler Go me fez bem.
Aí, eu ainda na empolgação de ter acabado de terminar de ler o livro, meu ex-noivo me informa que o autor, Nick Farewell, é paulista, e tem orkut!!!(oh!, como se ter orkut fosse a melhor coisa do mundo, mas enfim, eu fiquei feliz, e daí?) Enfim, sei que adicionei o cara, entrei na comunidade do livro e blá, blá, blá, aí a história perde a graça, mas whatever. Não era nem para contar a história que eu comecei o post. Vamos à resenha.
Quem na vida nunca se sentiu um loser? Quem nunca se sentiu o último salgadinho frio na mesa da festa que acabou? Quem nunca sofreu por uma burrada que fez, por um amor que perdeu? Quem nunca teve um sono que parecia grande demais para caber em sua medíocre vida? Quem nunca achou que estava sozinho no momento mais difícil de sua vida? Se identificou, né?
Go tem essa particularidade. Você se vê nas personagens, nas suas pequenas vitórias, suas pequenas dores, suas pequenas desgraças (que de fora, tudo parece pequeno, mas que ganha proporções épicas quando é você quem está vivendo aquela situação)...
Go é um livro para se ler num fôlego só (porque você não vai conseguir largá-lo antes de terminar, mesmo...XP), e para se deixar como livro de cabeceira, emprestar para os amigos, para os parentes, professores, para aquele colega de trabalho que é super talentoso, enfim, para todo mundo. Porque é um livro que te dá vontade de seguir em frente, de lutar pelo que se quer, de nunca desistir. Mas, ao contrário de um livro de auto-ajuda, realmente vale a pena. Mesmo que você não se sinta tão tocado pelo livro quanto eu, vale a pena ainda pelas referências literárias, e pela ótima playlist, indicada pelo próprio Nick Farewell.
Deixo-os com Groove Armada, em referência ao álbum de fotos do cara.

After Dark (ou Após o Anoitecer)

Ah, que alegria, senhoras e senhores! Saiu a tradução brasileira do mais recente romance do Murakami Haruki!!!(\o/) O título da edição brasileira ficou "Após o Anoitecer" (eu acho que deveriam ter mantido o título original, mas fazer o que?), e foi lançado esse mês pela editora Alfaguara (que já havia publicado Minha Querida Sputnik, Kafka à Beira-Mar e Norwegian Wood) e tradução de Lica Hashimoto (que já havia traduzido fantasticamente o Dance, Dance, Dance, pela editora Liberdade).
A história se passa numa noite nas ruas de Tóquio, e nos mostra diversas personagens que representam de certa forma, a vida noturna e como as coisas mudam quando a luz se vai. Entre às 23h:56m e às 06h:52m, Murakami nos leva, como meros espectadores, para dentro da vida de pessoas aparentemente comuns, e nos mostra coisas que nossa imaginação sequer poderia sonhar. Desde os motivos de Mari Asai estar lendo sozinha numa lanchonete no meio da noite, até os brutais segredinhos do funcionário exemplar Shirakawa, dos quais sua esposa jamais sequer suspeitaria; nos vemos surpreendidos por um novo ponto de vista sobre a cidade, as pessoas e até mesmo o amor, na luminosidade escassa das horas tardias.
Obviamente que esse novo romance mantém algumas das características clássicas de um livro do Murakami Haruki, como inúmeras alusões à música, personagens marcantes e misteriosos, histórias cheias de fantasia mesclando-se à realidade... Mas, ainda assim, After Dark é um livro muito diferente dos anteriores. Seja na estrutura de narrativa, no período em que se passam os acontecimentos, na conexão entre os personagens; este é um livro único, que demonstra com força devastadora (apesar de sutil), o constante amadurecimento e aprimoramento do estilo de Murakami. E mesmo para quem não teve o prazer de ler outras obras dele, vale muito a pena, principalmente por não ter conexão com outros livros (coisa que não acontece com o Caçando Carneiros e Dance, Dance, Dance -aliás, se alguma editora chegar a ler este post, PELO AMOR DE DEUS, PUBLIQUEM OS DOIS PRIMEIROS LIVROS DA QUADRILOGIA DO RATO!!!!).
Enfim, deixo-lhes com a maravilhosa Five Spots After Dark, e até a próxima^^