domingo, 27 de setembro de 2009

[Música] Eatliz - Violently Delicate






Quando pensamos em música isralense já pensamos em grupos formados de pessoas com turbantes ou mulheres com barcas tocando músicas escêntricas em sua lingua estranha no meio do deserto. Quem nunca pensou isso ou nada semelhante que atire a primeira pedra.
Meu interesse nomeado 'psychomaniac' me faz ir atrás de músicas, livros e filmes de todos os lugares do mundo. Pesquisando assim em diversos sites descobri uma banda de Israel que é a que irei falar neste exato momento.
Eatliz (Açougue, em árabe) é uma banda formada em Tel Aviv (Israel), até que bastante popular em seu país de origem e com um certo reconhecimento pela europa (Alemanha, para ser mais exato). Seu som é praticamente inexplicável, pois cada música denota uma melodia diferente, bem experimental prosseguindo e mudando a cada faixa do album, porém a banda em si entitula sua música como ‘complicated pop’
Todas as músicas são escritas pelo guitarrista e fundador da banda Guy Ben Shitrit e os ritmos por todos os integrantes em um conjunto. Mesmo que as letras não façam sentido em alguns instantes, não perdem o mérito de serem muito boas.
No momento em questão foi extremamente complicado conseguir esse album e nenhum de vocês faz a menor idéia da estrada que percorri pela internet inteira para consegui-lo. Mas, como é óbvio, o consegui. (Hoje em dia eles disponibilizam ele no site oficial)
O álbum abre com 'Bolshevicks', um ritmo deveras pesado e absurdamente bem trabalhado, com umas viradas de bateria impressionantes e uma linha de baixo... perfeitas, sem nada mais a declarar. Passa então para a faixa título 'Violently Delicate' que para mim é uma música perfeita para se ouvir dirigindo pela auto estrada, as guitarras e a voz da vocalista Lee Triffon começam a mostrar para o que vieram em sua perfeita harmonia e tom. A terceira música do album é 'Attractive' e aí o álbum muda COMPLETAMENTE. Sem gritinhos, sem guitarras distorcidas e viradas de bateria alucinadas, mas uma base de violão simples com um acompanhar de guitarra dedilhada e a voz surpreendetemente suave. Para acordar um pouco, é engatilhado 'Hey' com todos os intrumentos preparados para o refrão. Não tem como definir essa música, é ouvi-la e pronto, afinal ela não tem um estilo bem definido. 'Sunshine' surge em seguida com uma calmaria de guitarras e um baixo acompanhando. Assim como 'Attractive', a voz de Lee Triffon segue bem suave até o refrão e as partes finais onde alcança um tom bem mais barulhento e inexplícavel, detalhe para a letra extremamente inteligente e os solos de Guy Ben Schetrit, aqui temos a primeira noção da potência de cada um como músico. 'Say Where' vem em seguida e muda completamente as bolas da história, com um trombetezinho e o dedilhar da guitarra que lembra vagamente as músicas populares israelenses que todos estamos acostumados, com a letra seguindo na mesma linha que a percussão, não se sabe no que pode dar a música.
'Big Fish' tem uma linha que poderiamos mundanamente tentar discenir ela como um 'blues esquisofrênico', a guitarra fica masi ritmada assim como o baixo, a Lee Triffon parece ser incorporada pelas negonas dos anos 50 e não hesita em seus gritos acompanhados pelo Backing Vocal de Guy Ben Schetrit. Extremamente ritmada e empolgande, minha música predileta do albúm. 'I Don't Care' assume um tom meio melancólico mas, assim como o nome da música, particularmente indiferente. Não é possível desviar a atenção dela, parece que tem algum tipo de magnetismo que impulsiona os nossos timpanos. Ainda mais por que todos instrumento mostra sua participação absolutamente distinta na música, uma pequena contribuição de cada para formar o todo. 'Mix Me' é da mesma linha que a anterior mas ainda assim tem alguma coisa nela que difere de todas as outras, não só pelo fato dessa faixa ser uma gravação ao vivo, mas também pois ela soa como algo mais pessoal, ao menos é o que me parece. Música bem calminha e agradável de se ouvir andando na rua em um dia nublado. 'Be Invisible' fica num tom bem melancólico e simples que se prolonga pelo final do album, com uma letra muito boa e um seguimento interessante, permanece minha dúvida se esta versão é melhor ou a versão acústica disponibilizada pelo site. 'Whore' é a penúltima e é a que menos gosto do CD. Não por ela ser ruim nem nada do gênero e pode até ser idiotice minha dizer isso, mas acho ela meio sem graça. Apesar do intrumental inteiro ser muito bom, sinto que falta alguma coisa nela. Depois dela começa 'Mountain Top', última faixa do CD. Como de se esperar, bem calma e diversificada, absolutamente bem trabalhada e deixa a todos nós com aquela impressão de 'mas já acabou?'
Sim, o albúm acaba quase que abruptamente. Não é por completo pois não tem aquela efeito de parecer que tiraram a agulha do vinil, mas a sensação que o album deixa no final é de que há mais por vir, mas deveri vir no exato momento.
Após anos e anos de espera, Eatliz irá finalmente lançar material novo. Um EP de B-Sides entitulado 'Delicatly Violent' dia 25 de novembro e um album de músicas inéditas no começo de 2010. Espero que dê tudo certo pois uma banda tão foda desse jeito não pode simplesmente acabar.

Por fim, falei e falei e falei e não falei nada. Mas para Eatliz não se há muito a dizer, apenas baixe e ouça. Recompensa a todos, principalmente os detalhistas que gostam de prestas atenção a cada intrumento e que não gostem de bandas que se atenham a um único estilo ou ritmo.

Eatliz - Violently Delicate

01. Bolsheviks
02. Violently Delicate
03. Attractive
04. Hey
05. Sunshine
06. Say Where
07. Big Fish
08. I Don't Care
09. Mix Me
10. Be Invisible
11. Whore
12. Mountain Top

Guy Ben Shitrit - guitars
Lee Triffon - vocals
Or Bahir - guitars
Omry Hanegby - drums
Amit Erez - guitars
Hadar Green - bass

Nota - 8
Por que? Bom, o album termina de maneira quase que inesperada, tem poucas faixas e pelo que mostraram das novas músicas ('Food Fighters' e 'Must Get Laid') tem muita coisa por vir e minha ansiedade diz que superará a nota desse fabuloso album de estréia do Eatliz.

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